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Acessibilidade a pessoas com deficiência não se resume a rampas

Por: Marcos Neves

De acordo com o Ministério da Economia, a lei 8.213/1991 determina que empresas com mais de cem funcionários, haja, no mínimo, 2% de pessoas com deficiência. Já em concursos públicos, 20% das vagas deve ser destinada a candidatos nessa condição.

Em 2018 houve a intensificação das fiscalizações para assegurar a inclusão social dessa população, 46,9 mil cidadãos foram contratados pelos empregadores. Os números são os maiores desde 2003, quando esses dados começaram a ser computados.

Já na comparação com 2017, o total de admissões cresceu 20,6% em 2018.  Porém, a Pesquisa da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) apresenta que dos profissionais com alguma deficiência contratados, 93,48% só estão trabalhando por obrigatoriedade legal.

Inclusão nas empresas

Para Simone Rockenbach Duarte, professora do curso O Papel do Profissional de RH na Inclusão de Pessoas com Deficiência, do Senac EAD, não basta garantir a entrada desse público no mercado de trabalho, é preciso também fazer as adaptações necessárias. “O que significa não só modificar a parte estrutural das empresas, mas ampliar o conhecimento sobre o assunto e, consequentemente, as atitudes de todos. Assim, para que as pessoas com deficiência sejam, de fato, incluídas, e não apenas integradas no mercado de trabalho, como um número a se contabilizar, as empresas devem ter condições reais de recebê-las. E para isso, pode ser muito eficaz elaborar um programa de inclusão de pessoas com deficiência (PcD) no ambiente laboral”, afirma a professora.

Geralmente, quando se pensa em acessibilidade, a primeira coisa que vem à mente são as rampas, os pisos táteis ou podotáteis – com superfície com variações de relevo que pode ser sentida pelos pés, os elevadores e todos os aspectos que dizem respeito ao espaço físico.

Mas, Simone ressalta que essa acessibilidade não dá conta de todas as demandas da pessoa com deficiência. “Para além da estrutura arquitetônica, que também é muito importante, há outras questões envolvidas. A acessibilidade comunicacional, a tecnológica e a atitudinal são formas de disponibilizar acesso aos profissionais”, destaca.

A seguir, a docente do Senac EAD explica cada tipo de acessibilidade:

A acessibilidade comunicacional diz respeito a recursos e atitudes que facilitam a troca de informações e as conversas cotidianas, como a preocupação dos impressos feitos pela empresa terem o maior contraste possível, a fonte aumentada (com fundo amarelo e letras pretas), ou a impressão em Braile – caso exista uma pessoa cega que utilize esse sistema.

A acessibilidade tecnológica permite a PcD exercer sua função de maneira eficaz, já que, atualmente, as tarefas designadas às pessoas com deficiências são as mais simples que as organizações dispõem e, consequentemente, os salários são mais baixos, gerando insatisfação e incoerência quando se trata de inclusão. No entanto, a acessibilidade tecnológica permite a PcD desenvolver o seu potencial de forma plena, o que gera bons resultados para empresa e para o indivíduo.

Simone traz como exemplo o caso de um colaborador cego que trabalha como assistente em administração e é extremamente funcional se tiver condições de acesso, ou seja, se contar com equipamentos que transformem as palavras do computador em sinal de fala. Assim, ele poderá elaborar documentos, responder e-mails, enfim, desde que tenha os recursos necessários, ele desempenha as funções do cargo.

Por fim, a acessibilidade atitudinal, que diz respeito às maneiras de agir ou ao comportamento de pessoas sem deficiência quando se relacionam com os funcionários com deficiência. Essa acessibilidade deve ser conhecida por todos os funcionários, independentemente do cargo que ocupa. E para que ela aconteça é necessário que toda organização esteja capacitada (estruturalmente e em atitudes adequadas) a receber as pessoas com qualquer deficiência.

Com mais de 70 anos de atuação em educação profissional, o Senac foi pioneiro no ensino a distância no Brasil. A primeira experiência nesta modalidade se deu em 1947 com a Universidade do Ar, em parceria com o Sesc, que ministrava cursos por meio do rádio.

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