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Beleza Eficiente !

Por: admin

Falar a todo momento sobre um único ponto de vista do que é belo é o resultado de anos consumindo imagens que são divulgadas pelos meios de comunicações em massa se tornou uma ação inconsciente e presente durante toda a vida de uma pessoa com algum tipo de deficiência. Essas imagens já são pré-estabelecidas nas mentes dos indivíduos como essencial para atingir a felicidade. Moldes esses que a sociedade continua batendo na mesma tecla que é o único padrão de beleza.
Desse modo, surgem os modismos que acompanham as pessoas. Na fase escolar, por exemplo,  o conceito do que é feio e do bonito, do correto e do incorreto. Mais uma vez, a mídia potencializa essa ideia e ganham forças para transformar um pensamento real em um pensamento fictício. A pessoa passa a sonhar com uma vida na qual não é sua realidade por meio de novelas ou capas de revistas.

Assim, inspirados em atores com corpos considerados ideais, surgiu a moda  das academias e das cirurgias estéticas, a indústria da moda trouxe o culto ao corpo extremamente magro; os ídolos esportivos se tornam referência de força,  perfeição e riqueza, ditando tendências até no visual. Ainda que essas imagens pré-definidas de consumo sejam uma herança cultural e histórica e que mereça um aprofundamento muito maior que esse simples ponto de vista, o ideal de beleza presente na sociedade está relacionado com o tipo de imagem que a sociedade quer ressaltar como perfeição. Por mais que se lute pela inclusão das pessoas com alguma deficiência, existe um esforço ainda maior para que a deficiência seja evitada ao máximo.
A história das pessoas com deficiência começou ainda na Idade da Pedra, quando eram mortos logo após o nascimento ou abandonados por suas tribos. Mas foi na Idade Média que as pessoas com deficiência começaram a ser vistas como seres bizarros e usados em show de horrores para entreter a corte. Eram considerados castigos divinos, como aqueles que não tiveram sorte ao nascer.

Com o passar de milhares de anos, a concepção acerca da deficiência caminhou a passos tímidos rumo à uma inserção na sociedade. Ainda que vistos pela atual sociedade de forma menos preconceituosa, a deficiência carrega o estigma do estranho, do feio. É exatamente para combater essa visão segregadora que esse ideal de beleza não deveria excluir as pessoas com deficiência devido às diferenças físicas, pois existem formas de observar o belo em algo que é esteticamente incomum.

O profissionalismo, as relações familiares e sociais, a conduta humana, todos esses são valores que deveriam ser mais abordados dentro do universo da deficiência. Mas, ainda mais importante que esses fatores, o ideal de belo deveria transcender as limitações físicas ou aparentes.

Imperfeições existem em qualquer pessoa, em níveis variados. Tratar com discriminação às diferenças que são naturais a todo ser humano, que nos torna existentes, é o mesmo que discriminar aqueles que não compartilham exatamente da mesma imagem.

O ideal de beleza não foi construído de forma aleatória, resultado de uma herança cultural desenvolvida desde o início da história da humanidade. Porém, isso não justifica que essa visão social deve ser considerada como única e ideal, tem que ser combatida, para que se oponha às manifestações de preconceito e discriminação às pessoas com deficiência e à diversidade como um todo.

Sempre bom repetir, que beleza e deficiência não são palavras opostas e que desde 2003 as pessoas com deficiência passaram a ter mais espaço para trabalhos ligados a moda e a publicidade.

Cassio Sgorbissa – Má formação congênita “As pessoas falam que sou bonito, não me considero uma referencia de beleza. Gosto de cuidar da minha aparência, procuro fazer atividades físicas e aceito muito bem minha deficiência.

 

Renata Paiva – Amiotrofia Espinhal “O pior cego é aquele que acha que beleza precisa seguir um padrão. Viva a beleza com diversidade.”

Anny Souza – tetraplégica “Beleza não é um padrão que deve ser seguido. Aceite o seu corpo como ele é.”

Adriana Buzelin – tetraplégica “Aceitar a si mesmo com suas imperfeições é o primeiro passo para a conquista da autoestima. Perfeição não existe, nem em capas de revistas que utilizam Photoshop para corrigir aquilo que não se encaixa no estereótipo do belo.”

 

Texto de referência: Portal da Educação – Adilson Randi


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