Para nós, pessoas com deficiência, chega um momento que queremos ir além da nossa reabilitação. No entanto, nem sempre surgem novas possibilidades. E quando não surgem, o jeito é criá-las.
Alexandre Gonçalves, que tinha paralisia cerebral, cansado de terapias, encontrou na prática de esporte, mais precisamente na bocha paralímpica, um meio de superar seus limites. Seu pai, Misael Paulo Gonçalves, fundou, em 2003, na cidade de Guarujá/SP, a APBS – Associação Paradesportiva da Baixada Santista. Alexandre e outros atletas começaram a sentir o gosto de ser campeão.
Coordenada por Moisés Fabrício, a APBS foi se fortalecendo, expandindo com atletas de outras cidades e conquistando cada vez mais vitórias nas competições tanto nacionais quanto internacionais (mais de 110 medalhas só em 2017).
Todo esse trabalho ganhou recentemente a sua casa própria. Graças a uma concessão da Prefeitura de Guarujá, APBS terá uma área de 3.670 m2 que será toda reestruturada com quadra poliesportiva, centro de paratletismo e clínica de fisioterapia. Além de contar com mais modalidades, poderá proporcionar aumento dos atendimentos, que hoje chegam a cerca de mil por mês. Após a conclusão, será o segundo Centro Paralímpico de São Paulo !
“A assinatura do Termo de Permissão de Uso da futura Sede da APBS foi um momento de muita emoção. Um marco histórico! Ter a certeza que, após quase 15 anos de fundação, ganhar uma área para continuarmos desenvolvendo o Esporte Paralímpico com excelência na região nos faz acreditar ainda mais que estamos no caminho certo. A semente que foi plantada pelo eterno pai da APBS, Sr. Misael Paulo, está sendo semeada e cultivada e graças ao legado que nos deixou estamos tendo a oportunidade de colher os melhores frutos e dar início ao nosso sonho”, diz a presidente Mariane Paiva. Eu sinto muito orgulho em fazer parte desta equipe, como atleta de bocha. Infelizmente, Alexandre e seu pai não estão mais conosco, mas certamente estão lá no céu vibrando de alegria com esta tão importante conquista.
