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Constituição Cidadã acima de tudo

Por: hallak

Com imensa alegria volto a participar da Revista Reação, ou a nossa Revista Nacional de Reabilitação. Tive a grata satisfação de, ao lado de Rodrigo Rosso, participar dos primeiros exemplares desse veículo de comunicação que ganhou repercussão nacional e mundial e que cada vez, nos seus 21 anos de circulação, solidifica o papel de ser o único e mais preparado material jornalístico voltado para a Pessoa com Deficiência.

Grato a todos pela receptividade. Aos assinantes, leitores e anunciantes, convido para que possam compartilhar ideias, discutir posições e refletir sobre o nosso difícil cotidiano.

Como diz o velho ditado: chegou a hora de “passar o Brasil a limpo”.

Que continuem as operações de combate à corrupção e as verdadeiras manifestações populares – que é o voto. Através dele assistimos nomes populares da política não conseguindo renovar mandatos e uma renovação exemplar no Congresso Nacional.

Em outubro foram celebrados os 30 anos da Constituição Brasileira. Mas nessas três décadas, quanto tempo realmente o povo brasileiro teve seus direitos respeitados.

A população estaria vivendo outra realidade se realmente o artigo 6º da Constituição fosse cumprido em sua integralidade:

“são direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.

Vivendo um Estado Democrático de Direito, o Brasil precisa encontrar um ponto de união em meio às diferenças. A verdadeira política precisa voltar a liderar as grandes questões da Nação.

Para isso imagino que, acima de tudo, três pontos precisam ser praticados: aos legisladores cuidarem do futuro; ao Executivo, cuidar do presente; e ao Judiciário moderar os conflitos do passado e garantir os direitos para o futuro.

E nós, cada um de nós, temos que enfrentar os desafios.

Eles sempre existem e sempre existirão.

Com o advento da Internet, das mídias convencionais e as mídias sociais, ficaram expostos o Estado e suas instituições a uma cobrança e vigilância sem precedentes.

Grande parte da população brasileira deu o recado que deseja tomar posse do Estado. Mas a posse no sentido real da palavra, é não aceitar mais o dinheiro dos impostos jorrarem pelos ralos da corrupção. O dinheiro que falta para a sociedade – que está cheia de esperanças – precisa retornar para os direitos sociais.

A democracia voltou a fazer barulho. Um barulho necessário.

Mas que essa democracia – mesmo que barulhenta – esteja sempre acompanhada pela moderação. Que a minoria e maioria tenham voz.

O Terceiro Setor, mais especificamente as Pessoas com Deficiência precisam embarcar nesta aeronave que demonstra muita força para decolar. Ganhamos representatividade no Senado Federal com a eleição de Mara Gabrili. Na Câmara dos Deputados, Felipe Rigoni foi eleito o primeiro deputado federal com deficiência visual do Brasil. Em São Paulo, Celia Leão – cadeirante – vai ocupar a Secretaria Estadual da Pessoa Com Deficiência. Rafael Silva – cego – foi reeleito e vai para seu 6º mandato na Assembleia Legislativa paulista. E Brasil afora temos outros exemplos. Poucos ainda, mas eles existem.

Crescemos politicamente. Ganhamos mais força. Mas essa força pode ser muito maior. Com mais de 24 % da população brasileira com algum tipo de deficiência, essa representatividade tem tudo para aumentar consideravelmente.

Sinto-me muito à vontade de convidá-lo a sair da “zona de conforto”. Não precisamos percorrer quilômetros para realizar grandes manifestações em defesa de um Brasil mais justo. Da sua casa, do seu celular, esse país maravilhoso precisa ouvir nossa bandeira. A bandeira, acima de tudo, da JUSTIÇA.

Que não existam privilégios. Que exista a preservação dos direitos de cada um. Que esses direitos sejam igualitários.

Mão na massa. O Brasil pode muito. O Brasil precisa de nós !

 

Sem Cota, mas com Direitos !

“Não gosto que a inclusão seja acompanhada da exclusão. O direito adquirido por cotas pode ser trocado por força e união pelos mesmos objetivos. Nenhuma parcela da sociedade tem tanta representatividade quanto as Pessoas com Deficiência. Se temos mais de 24 % da população que possui alguma deficiência, temos que agregar também seus familiares. Imaginem a dimensão disso… temos que dar valor e fazer valer a nossa força !”


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