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Inclusão x Empatia

Por: hallak

Sempre que chego à sala de aula do Pedro, ele é muito disputado. Todos os colegas querem que a sua cadeira de rodas, fique ao lado da mesa deles, eles brigam e às vezes até choram para ver quem vai ajudá-lo.

Eu fico, enquanto mãe, extremamente emocionada e sem palavras por ver essa cena se repetir todos os dias. E poderia dizer feliz, como a sala de aula do Pedro é Inclusiva. Mas refletindo melhor, isso não seria empatia ?

Sim ! Empatia vem natural, ninguém precisou lembrar que o Pedro não consegue mover as suas mãos. Conseguem sentir a diferença ?

Os adultos têm muito para aprenderem com as crianças. Adultos são muitas vezes “politicamente corretos”. E o que mais encanta que o professor não intervém, não foi um facilitador. Quando damos tempo para as crianças sentirem as diferenças, não é necessário Incluir.

Sabemos que a inclusão reconhece a pluralidade de pessoas e seus direitos específicos, além de assegurar um atendimento não discriminatório a essas pessoas.

Mesmo sabendo que a inclusão foi um processo, é preciso ir além.

Antes, o ‘método’ era a segregação, em que eles ficavam separados. Depois, passamos pela integração, em que tentávamos adaptar a pessoa ao ambiente. Agora, há a inclusão, na qual o ambiente deve ser adaptado para que eles façam parte da sociedade.

Falta formação e informação. Mas falta também se deixar levar pelo desconhecido. Se perguntarem para os colegas de sala do Pedro sobre o que é inclusão, ou mesmo o nome da síndrome genética rara que ele possui, talvez eles não saberiam responder, sabe por quê ? Porque isso não tem importância.

Quando começarmos a enxergar possibilidades de interação e fluidez nas ações, a deficiência e o termo “Inclusão”, estarão obsoletos e em desuso.

O melhor sentimento para viver a diversidade é o encanto pelo desconhecido.

*Karolina Cordeiro é uma mãe que transforma a experiência de ter um filho com deficiência em aprendizado e oportunidade de criar relações significativas e importantes para um mundo melhor. O Pedro tem 12 anos, está no 6º ano do Ensino Fundamental numa escola Pública Municipal.

 


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