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Mobility & Show chega ao Rio de Janeiro !!!

Por: hallak

Desde 2006 que o Rio de Janeiro não recebia um evento de porte para pessoas com deficiência, familiares, profissionais do setor e pessoas com mobilidade reduzida em geral.

E agora, depois do grande sucesso alcançado em São Paulo/SP, acontece na Marina da Glória, zona sul da cidade maravilhosa, nos dias 07, 08 e 09 de julho, a 1ª edição da Mobility Rio.

O evento tem entrada e atendimentos gratuitos, e tem o apoio da TV Globo RJ. Nele estarão, além de empresas do setor de Tecnologia Assistiva, fabricantes, fornecedores, revendedores de produtos e prestadores de serviços que viabilizam a mobilidade e a melhoria da qualidade de vida de milhares de pessoas com deficiência.

O destaque da mostra fica mais uma vez por conta das montadoras de veículos, como: Toyota, Nissan, Jeep, Fiat, Chevrolet/GM, BMW, Honda (Grupo Rio Tokio/Narita), Hyundai, Peugeot, Citröen, Mitsuishi e Volvo que estarão presentes expondo seus modelos, além de disponibilizarem carros das marcas adaptados numa grande pista de test-drive montada no local. Além deles, adaptadoras de veículos, autoescolas, despachantes e empresas de isenção e clínicas médicas estarão atendendo ao público com informações gratuitas e tirando dúvidas, juntamente com o Detran, Receita Federal e um especialista em LBI – Lei Brasileira de Inclusão.

Produtos diversos, como: cadeira de rodas, equipamentos de movimentação passiva de membros, guinchos, sinalização em braille, transporte adaptado, kits de motorização de cadeiras de rodasse muitos outros itens estarão expostos.

“Durante as edições anteriores do evento realizadas em São Paulo, percebemos a grande necessidade e interesse do público carioca em receber um evento assim, que apresentasse produtos, equipamentos e serviços de Tecnologia Assistiva, e que também pudesse informar a população sobre seus direitos e isenções de impostos”, conta Rodrigo Rosso, diretor e promotor do evento.         Segundo o Censo de 2010, existem no Brasil mais de 46 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Segundo dados da ONU e da OMS, mais de 500 pessoas por dia nascem ou se tornam uma pessoa com deficiência no Brasil, seja por acidentes de trânsito, violência urbana, acidentes de trabalho, práticas de esportes radicais e outros fatores. Só no estado do RJ, vivem mais de 4 milhões de pessoas com deficiência, sem contar seus familiares e profissionais que atuam direta e indiretamente na reabilitação, inclusão e acessibilidade. Considerando também idosos e pessoas com algumas doenças especificas – como câncer, diabetes, hepatites, artritre, artrose, problemas de coluna e outros – que causam algum tipo de mobilidade reduzida, estima-se que o número de pessoas envolvidas diretamente com a causa e que podem usufruir dos direitos existentes em nossa legislação para o segmento ultrapasse, só no Rio de Janeiro, a casa de 10 milhões de pessoas. Só que a maioria delas não tem conhecimento desses benefícios. “O evento é uma grande prestação de serviços nesse sentido e para uma melhor qualidade de vida dessa parcela da população”, enfatiza Rosso.

 

As melhores expectativas

Expositores e entidades que estarão presentes na versão da Mobility & Show no Rio de Janeiro estão ansiosos e confiantes na realização do evento. Afinal, mesmo com a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos em 2016, que demandaram obras e readequações em termos de acessibilidade, a percepção é de que ainda falta muito para que a cidade seja realmente considerada ideal para pessoas com deficiência.

Essa é, inclusive, a avaliação do subsecretário municipal da Pessoa com Deficiência, o advogado Geraldo Nogueira, que estará presente e é desde o início, um dos maiores incentivadores do evento: “O que houve foi uma acessibilidade focada no entorno dos centros ou ginásios onde os jogos ocorreram, privilegiando também maior acessibilidade nos transportes que chegam até estes locais. Portanto, ainda existe um déficit na acessibilidade a ser resgatado pela atual e próximas gestões públicas”, explica Nogueira. Para ele, com relação à inclusão social, os jogos possibilitaram sensível mudança no processo de conscientização para as temáticas que envolvem a questão. “Essa realidade proporcionou elevação da participação do segmento na sociedade, trazendo nítida transformação na percepção positiva com relação a presença do indivíduo com deficiência no meio social”, afirma.

Nogueira acredita que a realização da Mobility Rio, neste momento pós Jogos Olímpicos e Paralímpicos, é imprescindível como meio de facilitação para maior conhecimento da sociedade carioca e fluminense dos recursos tecnológicos exigentes que permitem a maior e melhor mobilidade com conforto para a pessoa com deficiência. “Nossa expectativa é a realização de um grande evento que marcará uma nova etapa na vida dos cariocas com deficiência e seus familiares, onde o desejo de obter conhecimento sobre a existência de novas tecnologias de mobilidade, explica.

A madrinha da feira será a vereadora Luciana Novaes, que também considera que a cidade do Rio de Janeiro apresenta muitas dificuldades. “A cidade não está preparada para nos receber e ainda enfrentamos vários problemas para circular. Eles vão desde carros parados irregularmente nas vagas das pessoas com deficiência, parados em cima da calçada, falta de rampas até a ausência de sinais sonoros para que a pessoa com deficiência auditiva possa transitar com autonomia pela cidade. Somos ainda muito invisibilizados pelo poder público e pela sociedade”, afirma a vereadora.

A vereadora diz que suas expectativas em relação ao evento são as melhores possíveis e que ficou muito feliz em ser escolhida como madrinha. “Desde que fiquei tetraplégica me empenho na luta pelos direitos da pessoa com deficiência. Então, quando recebi o convite, fiquei muito feliz e grata por esse reconhecimento. Ocupar uma cadeira na Câmara dos Vereadores do Rio foi uma conquista com muita luta e esse convite veio para enfatizar todo o movimento que tenho feito em torno da nossa pauta”, conclui.

A Mobility Rio tem ainda uma “embaixadora” a paratleta Marinalva Almeida, que foi a primeira participante com deficiência a entrar em um reality show, o BBB – Big Brother Brasil. Ela considera que a oportunidade de prestigiar um evento como esse é única: “Essa feira tem uma importância enorme principalmente por informar a população sobre seus direitos. Estou muito feliz e quero agradecer a oportunidade de participar deste projeto tão importante para a cidade do Rio de Janeiro”, afirmou a atleta da vela brasileira.

Deborah Prates, presidente da Comissão da Mulher do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), integrante da Comissão de Direitos Humanos da entidade e colunista da Revista Reação, é moradora do Rio de Janeiro e considera que a sociedade precisa ressignificar o conceito que tem sobre as pessoas com deficiência: “Essa feira ajudará bastante para que a coletividade perceba que, por exemplo, carros adaptados se adéquam não só as pessoas com deficiência, mas a todos os humanos que sintam algum tipo de desconforto para dirigir. Trazer esse ‘outro’ para o mesmo espaço será bastante produtivo. A minha expectativa é grande, no sentido de que aconteça essa percepção coletiva. Ganharemos todos”, ela afirma.

A advogada considera que os empresários também mudarão o olhar para o segmento, uma vez que serão sabedores que há um potencial para consumir, tanto quanto as pessoas sem deficiência. “O mercado ainda não sabe desse detalhe, o qual faz toda diferença !”, ela se espanta. “O Rio verá que só estamos deslocados ante a ausência das acessibilidades. Nesse particular, lembro a principal, valendo enfatizar, a atitudinal. Depois dessa experiência, as barreiras serão menores”, ela acredita.

 

Os automóveis e as isenções

Entre as empresas que estarão presentes, algumas já participaram das edições paulistanas da Mobility, como é o caso da General Motors/Chevrolet O gerente sênior de Vendas Diretas, Marcelo de Assis Tezoto, afirma que na primeira vez, no Autódromo de Interlagos, percebeu que o local precisava de um espaço de acesso mais fácil, maior área de test drive e melhor condição de circulação entre os estandes, itens que foram bem resolvidos na segunda edição, no Campo de Marte. Ele considera que os resultados foram bons e que sugeriu a realização do evento em outras praças, como o próprio Rio de Janeiro. “Acreditamos que o Rio tem um público de pessoas com deficiência ainda muito carente de informação sobre o processo de compra de veículos com isenção, e esse tipo de evento certamente vai gerar muitas oportunidades de negócios para o segmento, como a divulgação das clínicas e despachantes prestadoras de serviço, que são essenciais no processo da obtenção dos documentos de isenção. Sem falar na oportunidade do público fazer test drive em veículos adaptados, o que vai ajudar na escolha certa do veículo e equipamento mais adequado à sua necessidade”, afirma Tezoto.

O gerente explica que os concessionários do Rio estão treinados e muito otimistas sobre a oportunidade de negócios e que tudo está sendo preparado para um atendimento diferenciado e com condições especiais para toda a linha Chevrolet: Onix, Prisma, Cobalt, Spin, Cruzer e Traiblazer.

Mesmo com todo otimismo, Tezoto se diz apreensivo sobre o resultado de público e negócios devido à situação financeira do Rio de Janeiro, mas afirma estar “torcendo” para que a edição possa impulsionar esse tipo de evento em outras grandes capitais como: Curitiba/PR, Belo Horizonte/MG, Porto Alegre/RS e Salvador/BA, entre outras.

Outra montadora que já participou da Mobility em São Paulo foi a Nissan. O gerente nacional de Vendas Diretas, Alexander Ferguson, afirma que o resultado do evento no Campo de Marte foi muito positivo e acredita que a montagem no Rio é uma inovação: “A Mobility está expandindo seu alcance para o público de outros estados, o que é muito importante para o segmento”, considera. Ele diz que as expectativas sobre a realização da feira são as melhores. “Iremos mostrar o March, o Versa, o Sentra e o Kicks, que agora é produzido no Brasil e conta com uma versão específica para os clientes com deficiência, o Kicks Direct 1.6L CVT”, finaliza.

Também estará com estande na Mobility Rio o grupo PSA, que congrega as marcas Peugeot e Citroën. Com experiência nas mostras de São Paulo, consideradas muito positivas por permitirem visibilidade, prospecção e fechamento de negócios, o diretor de Vendas Corporativas e Seminovos, Luiz Eduardo Pacheco, espera atender com bons resultados o segundo maior mercado nacional para o segmento automotivo que mais cresceu nos últimos 3 anos: “Apresentaremos nossa oferta de produtos, que é a mais completa e com o maior itens de série do mercado. Isso é respeito ao cliente especial, ele garante.

A Honda também estará presente, representada pela concessionária Rio Tokyo. O gerente de Veículos Novos, Marcello Uchôa Garrido, tem boas perspectivas em relação ao evento. Para ele, será possível um maior e melhor contato com potenciais clientes, além da troca de experiência com os profissionais desta área. Ele considera o Rio um ótimo local para a venda de veículos destinados ao segmento: “É um mercado que está em plena expansão, com aquisições de veículos com apenas uma das isenções”. A estrela do estande será o novo lançamento, o modelo WR-V.

A Kivi Brasil trabalha com adaptações veiculares. Seu diretor administrativo, Fábio Quintão Afonso, já participou das edições anteriores da Mobility em São Paulo e considera a realização agora no Rio de Janeiro uma excelente ideia porque há público e a cidade é carente de eventos como esse. “Estamos com ótimas expectativas e apresentaremos várias novidades e tecnologias para o mercado de adaptação automotiva”, conclui o diretor, afirmando que o evento deveria acontecer em todos os estados do Brasil.

O próprio Detran-Rio está apoiando e participando do evento. O coordenador de Educação para o Trânsito do departamento, João Antônio Barros, considera muito importante para a pessoa com deficiência ter seu próprio veículo, já que é essencial se locomover no dia a dia e o transporte individual traz independência.

Saber que é possível adquirir um veículo com isenção de impostos é importante principalmente em um momento econômico como o que atravessamos, que não é favorável para a aquisição de bens de consumo: “Essa isenção pode sim fomentar a venda de veículos para as pessoas com deficiência”, afirma. “A falta de informação e de divulgação, de fato, não contribui para esclarecer os casos em que é possível pleitear a isenção para aquisição de veículos por pessoas com deficiência”. Barros considera que iniciativas como essa podem mudar o cenário, já que através da divulgação, do esclarecimento e da inclusão, mais pessoas terão acesso aos trâmites para obtenção das isenções e, posteriormente, aquisição dos veículos.

 

Outros produtos e serviços

A Mobility apresentará também produtos e serviços destinados ao segmento. Um exemplo é a Ortopedia FollowUp. Seu diretor Mario César Alves de Carvalho conta que esteve como visitante em São Paulo, ficando bem impressionado com a organização e a participação do público. Ele acredita ser fundamental a montagem da feira no Rio para que seja possível começar a fomentar o mercado de Mobility e adequações para pacientes com deficiência no Estado: “Estamos muito atrasados em relação a São Paulo em termos de mercado, legislação e tudo o mais”, ele considera. O diretor constata que hoje a tecnologia traz inúmeros benefícios para o usuário de órteses, próteses e a Mobility é fundamental na divulgação para que cada vez mais pessoas conheçam e possam discutir as possibilidades de inclusão para uma vida melhor e mais plena.

Carvalho tem grandes expectativas em relação ao evento e conta o que levará para o estande: “Pretendemos apresentar uma nova órtese de estimulação neural para pacientes neurológicos que permite estimular a dorsiflexão, controle do geno recurvato e uma série de outros recursos. Também levaremos a nova versão do joelho computadorizado C-leg 4, resistente à água e o Joelho Biônico X3, à prova d´água e de choque”, informa. E completa: “Na área de membros superiores, a mão biônica Michelangelo é sempre uma grande atração. Na área de ortopedia, temos uma inovadora órtese para osteoartrite Agillium Freestep, com um conceito biomecânico revolucionário e a nova órtese de joelho Xeleton”.

Outra que está confiante na oportunidade de apresentar seu negócio ao público é Jessica Jacqueline de Carvalho Vieira, diretora da Direct Borrachas. A expectativa dela é “alcançar diferencial como fabricante na cidade do Rio de Janeiro, podendo ser reconhecida com custo acessível e material de ótima qualidade”. Ela considera que o mercado é amplo: “Hoje distribuímos para todos os estados, mas o número mais volumoso é destinado ao Rio”, conta. Para e evento, pretende levar a linha completa: piso para pessoas com deficiência visual, alerta, direcional, barras inox para banheiro acessível, banco para banho, placas e mapas táteis em braile. “De um modo geral estamos apostando na Mobility Rio, crendo em uma ótima estrutura e um ambiente de negócios surpreendente”, conclui.

A Cajumoro Aparelhos também estará na feira. Seu diretor Roberson Ferreira Teixeira acredita que será uma boa oportunidade para a divulgação dos equipamentos da empresa já que o mercado relativo a pessoas com deficiência no Rio é muito carente. Serão apresentados o Elevador de Transferência Aquática, o Stand Table Elétrico (Posicionador Ortostático) e o Flexmotor membros inferiores e superiores com sensor de espasmos. “Que nesta fase difícil que estamos atravessando, a feira nos traga bons resultados !”, espera.

 

O apoio das entidades

O Estado do Rio de Janeiro tem uma política pública de governo dirigida especialmente aos motoristas, a Operação Lei Seca RJ. Ela é voltada à redução de riscos no trânsito. O objetivo é provocar uma mudança de comportamento social no que se refere à mistura da bebida alcoólica e direção. Nos últimos oito anos, o coordenador, Coronel Marco Andrade, conta que o estado conseguiu reduzir em 28% o número de mortos no trânsito a cada 100 mil habitantes.

A equipe de Educação/Prevenção estará presente na Mobility. “Nossos agentes de educação, todos eles, possuem deficiências físicas ocasionadas por acidentes de trânsito. Eles serão nossos porta-vozes para alertar o público presente sobre os perigos da mistura nociva álcool e direção. Além disso, em nosso estande, as pessoas poderão assistir vídeos educativos e receber nossos informativos e adesivos”, informa.

Andrade considera que a feira será um sucesso porque são muito comuns as reclamações sobre acessibilidade. “Trazer possibilidade de mobilidade para a pessoa com deficiência representa um ganho de qualidade de vida”, acredita o coronel. Para a acessibilidade e inclusão, ele acredita que ainda é preciso avançar muito: “As opções de transporte público são poucas, nossas ruas não estão preparadas para receber as pessoas com deficiência. Essa realidade precisa ser modificada, todos os cidadãos precisam participar de forma efetiva na vida social e, para isso, acessibilidade é fundamental”, conclui.

A feira também ganhará apoio da TV INES, parceira do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) e da Associação de Comunicação Educativa Roquette-Pinto (ACERP). A TV viabiliza a primeira WEBTV em Língua Brasileira de Sinais (Libras), com legendas e locução. A produtora executiva Tathiana Targine informa que haverá uma chamada de 30 segundos, que será transmitida na grade linear de programação. “Além desta ação, faremos uma chamada na semana do evento no jornal Primeira Mão e uma de nossas apresentadoras participará de uma mesa redonda”, conta.

O Instituto Novo Ser considera importante a realização de uma feira como esta no Rio: “A feira auxilia a impulsionar o mercado de tecnologias assistivas, conferindo as novidades em reabilitação, inclusão e acessibilidade, utilizadas para facilitar o dia a dia da pessoa com deficiência, melhorando sua qualidade de vida. Além disso, propicia uma ótima oportunidade para a troca de relacionamento entre instituições e demonstração dos projetos e serviços voltados para a inclusão e acessibilidade, como é o nosso caso, onde apresentaremos nossos projetos mais importantes”, afirma a diretora Nena Gonzales. Ela considera que a feira é aguardada com muita expectativa: “Envolver pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, instituições do segmento, profissionais, empresas que atuam nas áreas de acessibilidade e sociedade com o mesmo objetivo, estimula o desenvolvimento de novas pesquisas e tecnologias para a melhor convivência ante as diferenças, eliminando barreiras físicas e sociais e trazendo benefícios para toda a sociedade. Outro ponto de destaque são as palestras oferecidas gratuitamente, tendo como foco a qualidade de vida”.

O Instituto participará em três momentos: na Mesa Pessoa com Deficiência e Esporte, com palestra de Paulo Cruz, Diretor Técnico e Membro do Comitê Técnico na empresa IFCPF – International Federation of CP Football, sobre o Clube Novo Ser de Power Soccer; no Espaço Reação, palestrando sobre o projeto “Praia para Todos – Lazer e Desporto Adaptado nas Praias”, projeto criado há nove anos e realizado nas praias da Barra da Tijuca, Copacabana e Leblon, pelos diretores Nena Gonzalez e Fabinho Fernandes; apresentação da modalidade de power soccer para divulgar o esporte, considerado um dos mais inclusivos, pois é voltado para pessoas com deficiências severas, como paralisia cerebral, distrofia muscular, mielomeningocele, tetraplegia, entre outras.

Também será oferecida pelo Novo Ser parte da estrutura do “Praia para Todos” na área do test-drive com tendas, esteira e profissionais capacitados. A diretora crê no impacto de um evento como esse: “Produtos, equipamentos e serviços especialmente projetados para facilitar a acessibilidade inclusão permitem ganhos na mobilidade, autonomia, autoestima e qualidade de vida e, consequentemente, impactam no dia a dia dos familiares. Oferecer acessibilidade é conviver com as diferenças, beneficiando a ‘todos’ e resultando na ampliação das oportunidades e desenvolvimentos como cidadãos plenos”, conclui Nena.

Também na área esportiva, estará presente o time esportivo Santer Rio Rugby. “Acho excelente saber que o Rio de Janeiro está recebendo feiras como essa. Que esse tipo de evento seja recorrente em nossa cidade. Fica aqui também o convite para as pessoas com deficiência saírem de suas casas para aproveitar essa oportunidade, de conhecer pessoas, comprar carros…”, diz o coordenador Raphael Fagundes Figueira Pinho.

Para ele, a cidade já melhorou bastante, mas ainda está muito longe do ideal. Ele cita, por exemplo, os ônibus com seus elevadores sem funcionar, fazendo com que cadeirantes passem pelo constrangimento de serem carregado no colo. As ruas esburacadas e órgãos públicos sem rampas de acesso são outros exemplos. “Mas por outro lado, vemos muito boa vontade das pessoas em querer ajudar e tentar mudar essa realidade. Sabemos que isso não vai acontecer da noite para o dia, mas se cada um fizer sua parte, com certeza teremos uma cidade acessível e inclusiva, aonde poderá ser respeitado o direito de ir e vir da pessoa com deficiência”, acredita Pinho. A equipe terá um estande para mostrar seus produtos como canecas, camisas, contar a respeito da modalidade e também da história do Santer. Haverá ainda um espaço para um jogo-exibição e também vivência com o público que vai visitar a feira. “Parabéns aos organizadores da feira pelo evento, que seja um sucesso e possa render bons resultados para a cidade de maneira geral e também para o público específico que precisa tanto de visibilidade”, conclui o coordenador.

A Urece Esporte e Cultura para Cegos exporá serviços e apresentará seu trabalho para o público. “Sempre é importante a realização de feiras e eventos que discutem, promovem e apresentem melhorias para a vida da pessoa com deficiência”, opina Anderson Dias da Fonseca, presidente da entidade. Ele acredita que, recentemente, houve alguns avanços em termos de acessibilidade e inclusão, mas que ainda há uma estrada enorme a ser trilhada. “É preciso sempre levar em conta as necessidades das pessoas com todos os tipos de deficiência. Para os cegos, ainda é bastante complicado o deslocamento pela cidade: não existem sinais de trânsito sonoros, os ônibus não possuem avisos sonoros de estação, a presença de piso tátil e de outros acessórios de acessibilidade é quase nula”, conta. “Participar de um evento como a Mobility é muito importante para ver e ser visto, mesmo para uma associação que atende pessoas cegas”.

Também da área esportiva estará presente a Associação Vencedores Adaptados (AVA), fundada pelo atleta paralímpico Claudemir do Nascimento Santos e hoje seu presidente. Ele considera de fundamental importância a realização de uma feira especializada: “Somente poderemos melhorar aspectos como a acessibilidade e combater os danos ocasionados pelas doenças hipocinéticas de pessoas com mobilidade reduzida, divulgando e democratizando o acesso às novas tecnologias e serviços”, afirma.

Ele avalia a situação no Rio em termos de acessibilidade e inclusão: “Péssima! Já foi pior, porém avança a passos lentos. Dei uma entrevista há oito anos e os dados estatísticos simplesmente dobraram em termo de pessoas com deficiência, sendo que ainda hoje existem locais inacessíveis e outros onde levamos quatro horas para sermos transportados”.

Santos promete levar para a Mobility sua experiência de 18 anos como pessoa com deficiência, imersa no movimento paralímpico e de educação universitária. “Levaremos nossa expertise em preparação de atletas e em formação e reabilitação de pessoas”, afirma. “Torço para que seja uma conferência democrática, que oportunize conhecimentos e discuta soluções para uma demanda crescente de público e carente de serviços de qualidade”, finaliza.

Outra associação presente será a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), no Rio desde 1954. Para o Superintendente Médico de Reabilitação, Robson Luis Santos de Bem, o Rio teve melhoras importantes em relação à acessibilidade e inclusão nesses últimos anos, mas o ideal ainda está longe. Ele tem boas expectativas sobre a realização do evento e se diz “feliz por ser a primeira no Rio”. Para ele, a Mobility Rio “será um sucesso, como as que foram realizadas em São Paulo. Poderemos ver as novidades que sempre surgem nesses eventos”.

O superintendente acredita que a feira pode impactar muito o segmento, trazendo produtos e serviços que facilitem a vida das pessoas com deficiência e de seus familiares. Para as associações que trabalham na área, ele também considera importante participar: “Lidamos diariamente com os pacientes e suas famílias. É importante conhecer as novidades e repassá-las. Parabenizamos a Mobility & Show pelo evento no Rio”, finaliza.

Também estará presente a Associação Fluminense de Reabilitação (AFR). Para o gerente da Oficina Ortopédica, Antonio Pinto Lobato, todos os que convivem com um número expressivo de pessoas com algum tipo de deficiência conhecem as dificuldades e o preconceito que sofrem. Mesmo assim, tem aumentado a conscientização da sociedade e uma participação maior do poder público com medidas que visam facilitar a vida dessas pessoas. “Acontecimentos, tais como o das Olimpíadas, sempre favorecem. Mesmo com todo o avanço, há muito a ser feito”, analisa Lobato.

Para ele, trazer um evento com a Mobility ao Rio é de grande importância para todos os que trabalham no Terceiro Setor, que são propagadores de Tecnologia Assistiva. “A independência, a autonomia pessoal, oferecidos com a introdução de novas tecnologias, é um passo adiante na reabilitação”, afirma o gerente.

Será a primeira vez que o Rio receberá um evento como este, num local de fácil acesso e com diversas comodidades. “Serão apresentadas novidades que irão facilitar a vida da pessoa com deficiência, inclusive o oferecimento de assessoria técnica e jurídica, dando acesso aos diversos equipamentos que possibilitam a independência, melhorando a vida do usuário e seus familiares”, afirma. Por tudo isso, considera importante a participação das associações: “Temos que estar sempre atualizados ao que há de melhor neste segmento, pois temos o compromisso profissional de oferecer sempre alternativas que visem a inclusão social daqueles que nos procuram. Oportunidades como esta, de poder participar de um evento igual a Mobility, são raras na nossa região. É o momento de conhecer as novidades deste segmento sem nos deslocarmos para outros locais do país”, finaliza.

A Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (ANDEF) também estará representada na feira. “Respeitar essas pessoas é reconhecer que elas têm os mesmos direitos de qualquer cidadão”, afirma o presidente da entidade, José Alaor Boschetti. “Acessibilidade significa dar às pessoas com deficiência possibilidade de alcançarem e utilizarem, com segurança e autonomia, os espaços urbanos, as edificações, os transportes e os meios de comunicação. Para isso, é necessário prever a eliminação de barreiras e obstáculos que limitem ou impeçam o acesso, a liberdade de movimento e a articulação com segurança. Ao longo dos anos, muito se conseguiu, mas ainda há muito a fazer”, explica. Boschetti tem boas expectativas em relação ao evento, esperando que a feira possa atingir o maior número de pessoas, além de representantes do poder público, para que sejam conscientizados da importância da eliminação de barreiras, como também, para que as pessoas com deficiência tenham a possibilidade de conhecer equipamentos, veículos, adaptações e serviços que facilitem sua inclusão na sociedade. Para ele, a feira pode impactar pelas oportunidades de conhecimento de novos equipamentos que proporcionem maior autonomia e facilitem a inclusão social. “É importantíssimo as associações voltadas ao segmento participarem para ter acesso a novas tecnologias e terem intercâmbio entre elas próprias”, afirma Boschetti, que termina parabenizando os organizadores: “É com prazer que participamos deste importante evento para a melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência”.

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