Quando falamos de inclusão de aluno com coordenação motora grave que não oraliza, perguntas do tipo “Como ele vai estudar ?” logo aparecem na cabeça das pessoas. Mesmo tendo garantida a comunicação alternativa, cursar o nível superior signifi ca enfrentar diariamente os desafi os. A experiência de Marina Oliveira, 22 anos, mostra o quanto ainda as instituições de ensino superior não estão preparadas para receber um aluno com paralisia cerebral. Marina é cadeirante e não oraliza. Mora em Tatuí/SP, tem uma pasta de comunicação e usa a tecnologia assistiva para poder usar o computador. Formada em Tecnologia em Gestão Empresarial pela FATEC de Tatuí, conta as difi culdades enfrentadas: “A FATEC ofereceu uma auxiliar para me ajudar, mas ela faltava muito e não tinha outra. Passei por vários constrangimentos porque as pessoas não acreditavam no que eu falava. Tivemos que procurar o Ministério Público. Mesmo com todo preconceito, não desisti, me formei e, decidi fazer mais um curso, o de Tecnologia em Gestão da Informação !” Juliano Augusto, 22 anos, que mora em Itatiba/SP, teve experiências mais positivas. “Estou na faculdade há 5 anos. Cursei um ano de Tecnologia em Jogos Digitais no SENAC Santo Amaro e fui super bem recebido, tinha muita acessibilidade e eles contrataram um cuidador para mim em 15 dias. Os alunos de designer até fi zeram um suporte para o joystick que eu usava para mexer no notebook. Além da faculdade ser longe de minha casa, não estava gostando muito do curso e mudei para FACCAMP (Faculdade de Campo Limpo Paulista) para cursar Rádio/TV/Internet. Tenho também um acompanhante disponibilizado pela faculdade que me pega no carro, monta o notebook, transcreve as respostas das provas para a folha do professor, além de conversarmos sobre tudo”. Percebemos que nada é fácil quando se trata de sonhos de uma pessoa com paralisia cerebral, mas nunca deixaremos de correr atrás para realizá-los !