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PcD ou PcND ? Queremos uma sigla que defina com exatidão a Pessoa com Deficiência

Por: admin

Precisamos encontrar no Brasil uma sigla ou terminologia que defina com exatidão a realidade e a importância das pessoas portadoras de algum tipo de deficiência. No Canadá o termo politicamente correto ficou definido pela palavra “new challenge”, ou seja, “novo desafio”. Ao nosso ver essa palavra também vem de encontro a nós e bem poderíamos utilizá-lo em vez de PcD, então a sigla “PcND” – Pessoa com Novos Desafios – para assim melhor valorizar as pessoas que enfrentam situações inusitadas e saem vitoriosas.

Nosso país não passou por guerras como as nações europeias e nem colocou nos últimos 50 anos seus soldados em conflitos internacionais, como foi o caso dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Ao retornarem soldados norte-americanos passaram a ser vistos como heróis nacionais e, além do governo, a própria sociedade se encarregou de oferecer a eles melhores condições de acessibilidade em benefício de todos, inclusive os idosos.

O Brasil, entretanto, segue enfrentando uma guerra civil não declarada permanecendo na quarta colocação entre os países com maior quantidade de acidentes de trânsito no mundo, quando esses números são analisados em termos absolutos. Neste aspecto estamos atrás somente da China, Índia e Nigéria, quando o assunto diz respeito às ocorrências de atropelamento ou batidas envolvendo carros, ônibus, caminhões e motocicletas.

Se somarmos a esses resultados às vítimas da violência urbana e dos acidentes do trabalho, chegaremos a um resultado difícil de ser alcançado entre os campeões mundiais de acidentes com milhares de pessoas paraplégicas, hemiplégicas, tetraplégicas, amputadas ou com lesões medulares de múltiplas formas.

Não estamos querendo fazer desse texto uma tragédia, porque sabemos que depois de uma tempestade sempre vem a bonança. Um outro dito popular, diz que de um limão se faz uma limonada. Deste modo, as pessoas transformadas pelos acidentes em portadoras de algum tipo de deficiência, passam a necessitar de tratamentos médicos, mobilizando profissionais e entidades voltadas a reintegrá-las ao convívio social.

Tais situações promovem o desenvolvimento da medicina, das técnicas de cirurgia e fisioterapia e de outras ciências. Hoje o Brasil, ainda que por vias tortas, se insere entre os mais aprimorados países quando o assunto é reabilitação. Nossas universidades colocam no mercado de trabalho todos os anos, profissionais que se tornarão especialistas no papel de auxiliar o tratamento e a recuperação de nossas vítimas não só no aspecto físico, mas também no psicológico e familiar.

Hoje temos paratletas no topo do pódio, como o nosso Clodoaldo Silva, destaque de capa da Revista REAÇÃO em sua edição setembro/outubro, graças a pessoas que direta e indiretamente ajudaram dar “nova vida” a cidadãos e cidadãs que, em determinado momento, chegaram a pensar que tudo o que conquistaram estava perdido, mas novas conquistas viriam.

Graças ao empenho de tanta gente se faz possível todos os dias, mas de maneira lenta e paciente, a reinvenção para a superação das dificuldades. Importante que se diga: Ninguém adquire uma deficiência e já sai pronto novamente. A trajetória de recuperação é longa e pode durar anos, porque problemas que antes pareciam não existir como subir um degrau, acionar o interruptor de uma lâmpada ou abrir o chuveiro e tomar banho, se tornam empecilhos que quando vencidos passam a ser comemorados. Quando aprendemos de novo a fazer tudo o que precisamos à nossa maneira e sem a ajuda de ninguém, nos sentimos vitoriosos. Somos campeões mundiais quando a palavra é superação.

Nesse aspecto, é que ressalto a necessidade de encontrarmos uma sigla politicamente correta que defina melhor em nosso país, a Pessoa com Deficiência.

Em março de 2019 o Senado aprovou em plenário por unanimidade a Proposta de Emenda Constitucional – PEC 25/2017. A proposta substituiu, em dez artigos da Constituição, expressões como “pessoa portadora de deficiência” ou “portador de deficiência”, padronizando a nomenclatura “Pessoa com Deficiência” – PcD.

Claro que a decisão merece elogios, pois denota a preocupação dos senadores com o assunto, mas achar que um cidadão que passa por situações tão difíceis e inusitadas é, ainda assim um “deficiente”, nos parece inadequado. Podemos melhorar essa definição.

Repito: Precisamos definir uma sigla politicamente correta para o nosso segmento. “Pessoas com Novos Desafios” – PcND. Esta me parece ser a sigla correta. Assim sendo peço que vocês leitores interajam conosco e com a Revista REAÇÃO, dizendo se concordam ou não que a sigla PcD seja alterada para PcND. Afinal, a decisão ainda não foi sancionada e nós estamos aqui para lançar mais este “novo desafio”.


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