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Políticas públicas para o TEA

Por: hallak

Ser mãe de autista é fácil ! Difícil é viver num país onde não existem políticas públicas voltadas para eles. Difícil é aceitar que o meu filho Gabriel, com 19 anos, poderia ter se desenvolvido muito mais e que apesar de fazer terapias desde os 2 anos e meio, todas particulares, não consegue nem escrever seu nome. No Rio de Janeiro, não existe nenhum tratamento para os portadores de TEA – Transtorno do Espectro Autista.

Ouvi o relato de uma mãe, numa audiência pública na ALERJ – Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que aproveitava o benefício RIOCARD para ficar passeando de ônibus com o seu filho autista severo de 30 e poucos anos. Me doeu muito a sua fala: abdicou de tudo para cuidar do seu filho, até mesmo de viver… O pai foi embora, não tem ninguém para ajudar, nunca existiu uma escola especial ou regular, do estado ou município, com uma carga horária que ela pudesse deixá-lo para ir trabalhar. Eles sobrevivem com o LOAS que seu filho recebe !

Há 5 anos, meu filho faz terapias às terças e quintas na clínica Qualidy Vida, em Volta Redonda/RJ. São 126 Kms para ir e 126 Kms para voltar ! Sem falar que passamos pela linha amarela e linha vermelha que, eventualmente, fecham com tiroteios ! É lá também que funciona o SEMEIA – Sítio Escola Municipal Espaço Integrado do Autista, primeira escola da América Latina com ensino especializado para autistas, onde realizam mais de 20 atividades adaptadas. Lá eles frequentam academia de ginástica, fazem atividades na quadra de esportes, participam de passeios sociais como idas a supermercados, mostram talento e criatividade numa oficina de artes e ainda contam com uma cozinha modelo e uma horta.

O meu sonho sempre foi sair para trabalhar e deixar meu filho na escola. Mesmo estando fora das salas de aulas desde os 10 anos, ainda mantenho essa expectativa e acredito que querer é poder. Que Volta Redonda/RJ seja um modelo a ser seguido por todas as cidades do Brasil !


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