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Profissional com deficiência já é visto como diferenciado no mercado

Por: hallak

Os mais de 45 milhões de brasileiros que têm alguma deficiência passaram a ser vistos pelas empresas como consumidores. Este é um ponto importante que aumentou a procura por pessoas com deficiência para trabalhar em várias grandes e médias empresas e até em algumas pequenas. As empresas querem conhecer quem é o consumidor pessoa com deficiência e por isto ter um funcionário PcD as ajuda nas suas estratégias comerciais e de marketing. A avaliação é de Ricardo Morais, gerente sênior da Catho, plataforma que aproxima empresas e trabalhadores. A Catho trabalha desde os anos 1980 na colocação profissional no Brasil. “A Catho auxilia as empresas a encontrarem os melhores profissionais, com ou sem deficiência. Sabemos que hoje muitas empresas buscam pessoas com deficiência por causa da Lei das Cotas. Sabemos que a Lei impulsionou a procura pelo profissional com deficiência, mas o principal é que ela deu impulso ao profissional diferenciado. E o que é este profissional, atualmente ? É um profissional que está antenado às necessidades do consumidor com deficiência. Constatamos isso a partir do tamanho do mercado brasileiro de mais de 45 milhões de pessoas desse público específico”, diz Morais.

Segundo ele, essa visão é mais comum nas grandes e médias empresas – obrigadas pela lei a contratarem um porcentual de funcionários das minorias, entre as quais estão as pessoas com deficiência, mas já se espalha para algumas pequenas empresas que têm preocupações socioeconômicas mais amplas. Estas pequenas empresas não são obrigadas a cumprir as cotas segundo a Lei, mas enxergam o profissional com deficiência como um potencial funcionário diferenciado, que as ajudarão a vender ou a atender a este público específico.

Morais conta que, atualmente, o cadastro da Catho tem 100 mil profissionais com deficiência, dos quais 20 mil são isentos de pagamento para oferecer seu trabalho no portal – eles apresentaram laudos comprovando que têm a deficiência e por isso foram dispensados de pagar a anuidade pela Catho. Já do lado das empresas, elas costumam pagar para acessar o banco de dados dos profissionais que estão na Catho.

“Fazemos um trabalho social com os profissionais com deficiência que não têm laudo (atestando a deficiência). Orientamos em quais órgãos do governo esses profissionais podem obter o laudo, que é muito importante não apenas na hora de conseguir um emprego formal, mas para a retirada de vários documentos que facilitam o cotidiano das pessoas com deficiência”, diz. No portal da Catho foi montada uma coluna, onde as pessoas obtém essas informações, bem como várias outras relativas ao público com deficiência, como por exemplo, quais são as adaptações físicas necessárias nas empresas para o trabalhador e os consumidores com deficiência.

“Os prédios novos, construídos na última década, já têm a acessibilidade total. A adaptação é necessária nos prédios mais antigos. O interessante é que o formato das construções e da tecnologia nos últimos 10 anos já é inclusivo, isto se nota muito nas capitais, como em São Paulo”, comenta Morais.

O gerente da Catho lembra que o treinamento e a atualização profissional constantes são muito mais importantes na empregabilidade para os profissionais com ou sem deficiência. “O que fará um profissional ser selecionado para um emprego não é ter uma deficiência ou não. É ele ser diferenciado nos conhecimentos que o mercado pede”, observa.

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