Foram protocolados pelo menos 4 pedidos de audiência com o Governo do Estado de São Paulo nos últimos meses para que o governador João Doria pudesse ouvir o pleito dos doentes renais sobre o risco de suspensão do atendimento dos pacientes do SUS, que necessitam de diálise, após a Reforma Tributária. O Poder Executivo estadual retirou a isenção de ICMS das clínicas de diálise, que existia há mais de 20 anos por conta de um convênio nacional. Desde janeiro de 2021, passou a incidir sobre a compra de insumos necessários para a realização do tratamento a alíquota de 18%. Como o Governo SP não aceitou conversar com os doentes renais, representantes dos pacientes e das clínicas estiveram nesta terça-feira (23) na Assembleia Legislativa de São Paulo para buscar apoio de deputados para o pleito.
Se as clínicas fecharem, o doente renal não tem garantia de vida, já que precisa da diálise para limpar as toxinas do organismo, em substituição ao rim doente. O tratamento deve ser feito de 3 a 5 vezes por semana, todas as semanas, e não pode ser interrompido. Hoje, há no país cerca de 800 clínicas de diálise, a maioria conveniada pelo SUS.
“Somos mais de 140 mil pacientes renais no país, sendo que quase 90% deles recebem o tratamento que garante a vida custeado pelo SUS. Como a maioria das fabricantes de insumos para diálise está em São Paulo, o fim da isenção fiscal compromete o atendimento dos doentes em todo Brasil. O impacto financeiro para as clínicas deve ser de R﹩ 100 milhões por ano. Nosso pedido é que as clínicas de diálise sejam incluídas no mesmo regime de isenção que o governador João Doria colocou nos hospitais públicos e nas Santa Casas”, explica Gilson Silva, diretor geral da Aliança Brasileira de Apoio à Saúde Renal (Abrasrenal).
Tuitaço – Está marcada para esta quinta (25), às 9h, mobilização nacional no Twitter pela campanha #adialisenaopodeparar. O objetivo é chamar atenção para o impacto do aumento de imposto em todo atendimento aos doentes renais. Além da Abrasrenal e da ABCDT, outras entidades aderiram ao movimento: Federação Nacional dos Pacientes Renais e Transplantados (Fenapar), Associação Brasileira de Enfermagem em Nefrologia (Soben), Associação Brasileira da Indústria de Soluções Parenterais (Abrasp) e da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
Como os pacientes renais são grupo de risco para o novo coronavírus, o objetivo da mobilização via redes sociais é garantir a saúde e segurança de pacientes e profissionais de saúde que os atendem.
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