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Um ano difícil, mas com números positivos ! Alavancado pela indústria automobilística, o setor da indústria, comércio e serviços voltados para a pessoa com deficiência fecha 2018 no azul e projeta um 2019 de boas perspectivas

Por: hallak

O segmento da indústria, comércio e serviços para pessoas com deficiência no Brasil não para de crescer, mesmo em meio à crise dos últimos anos. Em especial, o ano de 2018 foi bastante difícil para a maioria das empresas que atuam direta ou indiretamente nesse grande mercado de mais de 46 milhões de brasileiros, porém, alguns setores, especialmente aqueles ligados ao segmento automobilístico, mesmo que indiretamente, apresentaram crescimento substancial, alavancado pelas vendas de carros 0Km com isenção de impostos.

            Os fabricantes e lojistas de produtos e equipamentos de tecnologia assistiva passaram um 2018 penoso, principalmente os de menor porte. As vendas no varejo caíram sensivelmente, as vendas para governo praticamente pararam. Com o fato de 2018 ser marcado pela Copa do Mundo e depois, com as conturbadas Eleições, o mercado nacional ficou estagnado. Algumas empresas até não aguentaram, diminuíram seu corpo operacional e produção, e em alguns casos, chegaram a fechar suas portas.

            O consumidor com deficiência se retraiu. Quem precisava trocar sua cadeira de rodas, na maioria dos casos, acabou protelando e isso aconteceu com os usuários e consumidores de praticamente todas as tecnologias assistivas. Aqueles que puderam esperar, estão esperando um momento econômico mais favorável.

            A alta do dólar no decorrer do ano também corroborou para essa estagnação do mercado. Produtos e equipamentos importados acabaram se tornando inviáveis.

Com tudo isso, a inadimplência também subiu, ajudando a enfraquecer o comércio. Tudo colaborou para que 2018, pelo menos do segundo semestre, ficasse marcado pela recessão e por dificuldades. “As eleições presidenciais e as incertezas do mercado foram os grandes responsáveis pelo momento complicado que o nosso setor vem vivendo, mais efetivamente, da Copa do Mundo para cá. Agora com a situação política definida para 2019, as mudanças vistas nas urnas e a resposta positiva do setor econômico a tudo isso, acredito que poderemos ver um otimismo refletido em dias melhores para o ano que vem. Devagar o mercado vai se ajustar e retomar o crescimento sustentado como um todo, independentemente de ser puxado pelo segmento automobilístico”, acredita Rodrigo Rosso, presidente da ABRIDEF – Associação Brasileira da Indústria, Comércio e Serviços de Tecnologia Assistiva, a entidade patronal do setor.

Na contramão da realidade econômica

            O segmento automobilístico, ou mais especificamente, as vendas de automóveis 0Km com isenção de impostos para pessoas com deficiência e/ou familiares vem vivendo dias de glória nos últimos anos, mas em especial, em 2018. Se nos últimos anos enquanto as vendas do varejo já se mostravam em queda, as chamadas “vendas especiais” apresentavam crescimento da ordem de dois dígitos, este mercado encontrou em 2018 o seu ápice até aqui. Nunca se viu tantos carros 0Km vendidos com isenção de impostos em toda história da indústria automobilística nacional.

            Mesmo com o valor teto estacionado em R$ 70 mil há 10 anos, e com a nova legislação que aumentou para 4 anos o tempo obrigatório para que a pessoa que adquire o veículo com todas as isenções (ICMS/IPI/IOF/IPVA) tem que ficar com o carro, as vendas não param de subir. Algumas montadoras chegaram a suspender as vendas de determinados modelos por não ter como dar conta de entrega-los aos compradores. Existem modelos de algumas montadoras que se comprados hoje só serão entregues no segundo semestre de 2019. Pode parecer absurdo, mas é a realidade do setor.

            Com a mudança do convênio do ICMS passando o tempo obrigatório de estada com o veículo para 4 anos, muitos consumidores estão optando pela compra apenas com a isenção do IPI, que é um benefício mais simplificado e que permite a troca do veículo a cada 2 anos. “Mesmo com uma isenção menor – só do IPI – sem ICMS e até sem o IPVA, essa modalidade vem atraindo cada vez mais consumidores que tem o direito a isenção, pois além de dar acesso ao carro com maior rapidez – a carta de isenção do IPI se aprovada sai em menos de uma semana e por vias eletrônicas – o dono do carro acaba conquistando em algumas marcas, um bom desconto de loja e ainda pode trocar o carro a cada 2 anos. Acaba sendo mais vantajoso para quem pode comprar veículos mais caros, acima de R$ 70 mil e hoje em dia, até carros importados”, sinaliza Rosso.

            Com o aquecimento das vendas de automóveis para pessoas com deficiência, a reboque vem também o aquecimento do setor de serviços para esse público que precisa ter acesso às isenções de impostos. Com isso, no último ano cresceu consideravelmente o número de escritórios especializados em isenção de impostos e despachantes. Aqueles que já estavam no mercado viram suas empresas triplicarem o faturamento, porém, também assistem a chegada – principalmente em São Paulo e Rio – diariamente, de novas empresas e profissionais desse ramo ingressando nesse mercado em busca de uma fatia desse grande e disputado bolo.

Novo governo, esperanças renovadas

            Em 2019 assumem os novos governadores – com todo seu novo secretariado, assumem os novos deputados federais e estaduais, bem como os novos senadores e, principalmente, o novo presidente da república. Eleito pela imensa maioria dos brasileiros, Jair Bolsonaro assume o Brasil em primeiro de janeiro de 2019 com um grande desafio: fazer a economia se reaquecer e combater o grande mal que levou nosso País para o buraco nos últimos anos que foi a corrupção. As mostras de um governo austero e engajado com resultados estão sendo dadas mesmo antes de assumir, haja visto os nomes escolhidos para as pastas e ministérios. Isso por si só já fez o mercado respirar um pouco melhor e com mais esperança. Vamos aguardar para ver como 2019 vai se comportar no quesito mercado e economia. “Temos que ter em mente que, por mais otimistas que estejamos e confiantes num Brasil melhor e em tempos menos bicudos, que não será tarefa fácil para o novo governo colocar a economia do País nos trilhos. Acredito que teremos um primeiro trimestre ainda complicado, num período de ajustes e acomodações, um tempo de reconhecimento da casa e dos problemas por todos os novos eleitos. Só a partir de então, acredito que depois de março ou abril de 2019 é que passaremos a sentir realmente os efeitos, espero que positivos, desse novo Brasil que todos nós almejamos”, afirma o presidente da ABRIDEF.

            Um dos motivos de esperança em dias melhores para o nosso segmento com o novo governo é que a primeira dama, Michelle Bolsonaro, tem fortes ligações com o segmento e já deu declarações afirmando seu engajamento no trabalho social e em especial junto às pessoas com deficiência. Vamos aguardar e apostar nessa retomada !

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