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Vencendo os medos !

Por: hallak

Temos que vencer nossos medos e acreditar nos nossos filhos ! Por exemplo, o medo de viajar com o seu filho autista ou com deficiência e ele não se ‘comportar’ no avião, em um voo internacional de 8 horas. E “se”… Esse “e se é sinistro ! Mas “e se” ele não dormir ? Mas “E se” gritar ? “E se” ele não quiser ficar sentado ? “E se” ele chorar ?

Há 10 anos, enfrentei meus medos e viajei com o Gabriel para a Disney. Na época, todos me aconselharam a não levá-lo, porque ele estava numa fase difícil, gritava sem motivo, corria muito, se desorganizava com frequência… Cheguei a ir à agência de viagem para cancelar a sua ida, compramos uma excursão e o dono conversou comigo, disse que o lugar dele ficaria vazio no avião e que tinha um menino com Síndrome de Down que sempre viajava com ele. Saí de lá sem saber o que fazer. Entrei no carro, conversei com Deus, segurei o volante e disse: VOU LEVÁ-LO ! E assim fiz !

Cheguei a sonhar que tinha o perdido na viagem ! Comprei uma ‘cordinha’ que coloca uma ponta no pulso da criança e o outro no da mãe. Fiz um kit viagem com revistas, 2 DVDs portátil (se acabasse a bateria de um, teria o outro), chocolates, fandangos (na época ele adorava) e partimos ! Não me lembro de todos os detalhes do voo, minha memória é péssima, acho que é para eu esquecer e ir de novo ! Fomos três vezes à Disney ! Só me lembro de um ‘piti’ no aeroporto e de uma mulher chique, que tentando ajudar, emprestou seu casaco de pele para o moleque passar a mão e se acalmar. Também de um outro ‘piti’ na fila da imigração, que estava quilométrica, de uns sopapos que eu tomei em um brinquedo quando o atendente estava prendendo o cinto de segurança e ele fez cara de paisagem e não esboçou nenhuma reação !

Me lembro também que o trancava comigo no banheiro e que foi ‘marcação homem a homem’ durante toda a viagem ! Depois dessa viagem perdi quase todos meus medos ! No início desse mês de novembro, venci outro medo ! Gabriel foi convidado para desfilar no Palácio da Cidade do Rio, em um chá beneficente com renda destinada a APAE. Na hora, pensei que o convite fosse para outro rapaz. E a Eliane falou: “não… é para o Gabriel desfilar !” Lá veio o “E SE” de novo ! Mas “e se” ele não quiser entrar ? “E se” ele não quiser trocar de roupa ? Mas “e se” tiver muito barulho e ele ficar nervoso ? “E se” atrasar e demorar ? “E se” ele não quiser esperar ?

Depois que fomos experimentar o terno do desfile, pensei: “vou com medo mesmo !” E o meu moleque arrasou ! Tirou de letra. Um modelo nato ! Deu até paradinhas no desfile ! Entrou sozinho e encantou a todos.

Saí de lá com a certeza que ELE PODE TUDO ! Só faltam oportunidades !


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