logo revista reação
Pesquisar

Wander da Ortomix Seu nome é Wander Saraiva de Carvalho. Ele é diretor e fundador do grupo Ortopedia Brasil, fabricante das cadeiras de rodas manuais e motorizadas da marca Ortomix, reconhecidamente uma das maiores e mais conceituadas no segmento em todo o Brasil.

Por: admin

Revista Reação – Desde quando e onde está instalada a Ortomix ?

Wander Saraiva de Carvalho – A Ortomix está situada no polo industrial de Aparecida de Goiânia (DIMAG) na região metropolitana de Goiânia/GO, e em seu Parque industrial com sede própria abrangendo uma área de mais de 12.000 m², tendo mais de 34 anos de vivência e experiência em produtos ortopédicos, iniciei o grupo Ortopedia Brasil com 3 lojas, sendo 2 de ortopedias técnicas em Goiânia-GO e um em  Foz do Iguaçu/PR.

RR – Qual a fase mais difícil enfrentada até hoje para esse mercado ? Qual foi sua maior dificuldade ?

WSC – Entramos em uma recessão no mercado brasileiro desde meados de 2014, quando a alta do dólar superou as barreiras dos R$ 4, dificultando muito o processo de importação, já que trabalhamos com distribuição no Brasil com produtos importados e isto ocasionou uma alta nos valores dos produtos distribuídos no país, foi quando tivemos a necessidade de investirmos no mercado brasileiro de produtos nacionalizados e a Ortomix focou no nosso nicho de mercado, nas vendas governamentais, com produtos da tabela SUS. E a maior dificuldade hoje são os altos preços das matérias primas que sobem constantemente, e a tabela SUS sem reajuste há mais de 5 anos, deixando a cada dia a dificuldade de atender com alguns modelos de extrema necessidade ao usuário !

RR – Qual a sua avaliação sobre o mercado de Cadeira de Rodas Manuais, Motorizadas ou Triciclos para o momento ?

WSC – Entramos novamente na alta do Dólar e com isso o alto custo de produtos importados, tanto no seguimento de cadeiras de rodas Motorizadas e scooter, mas como  somos distribuidores de uma das melhores marcas mundiais em cadeiras de rodas e scooters motorizados  – SUNPEX – no Brasil, tivemos uma parceria com nosso fornecedor que nos deu a exclusividade de distribuição no Brasil com preços competitivos. Mas o foco da Ortomix sempre  foi a qualidade em seus equipamentos e estamos retomando agora com uma nova linha de novos produtos, nova tecnologia e inovação.

RR – Para sobreviver a esse mercado tão difícil, quais as formas que encontrou ?

WSC – Focamos em processo de fabricação, investimentos em pessoal qualificado, logística, parcerias com fornecedores, flexibilização de negociação de vendas, tudo isto nos coloca a cada dia mais competitivos neste mercado tão concorrido.  ,

RR – Pode apontar um diferencial da sua empresa ?

WSC – Produtos com alta qualidade, com o foco no usuário, por se tratar de produtos para saúde temos um slogan que define todo nosso diferencial – Fabricado por quem entende e usa o que faz – nosso objetivo é atender nossos consumidores não somente como clientes, mas com o trabalho humanizado, sabendo das necessidades, das dificuldades encontradas no dia a dia, e das limitações, por este motivo a cada dia procuramos parcerias com empresas especializadas em todo país para que nossos clientes sempre tenham um produto de qualidade e um suporte de pronto atendimento !

RR – Acha que a Pessoa com Deficiência poderia estar utilizando equipamentos mais modernos, se não houvessem tantos empecilhos colocados pela legislação e órgãos brasileiros ?

WSC – No ano passado no mês de setembro participamos com nossa equipe da maior feira do seguimento na Alemanha (REHACARE) e nós como distribuidores das melhores marcas de produtos e acessórios, vimos que não estamos muito fora da realidade em nosso país, temos todas as novas tecnologias aqui também mas e claro que se tratando de produtos importados existem produtos que podem chegar aqui com preços fora da nossa realidade, como por exemplo uma cadeira totalmente de fibra de carbono europeia, que pode chegar ao absurdo preço de aproximadamente R$ 40.000. Sendo que produtos similares asiáticos, com excelente qualidade, podem chegar a quase um terço deste valor, mas é claro que se tivermos incentivos do governo com valores subsidiados, podemos trabalhar com produtos importados dentro da nossa realidade.

RR – O que, então, é o que mais complica o mercado e a vida da Pessoa com Deficiência no Brasil ?

WSC – Acredito que estes fatores não são complicadores – ANVISA, INMETRO – mas são ferramentas necessárias para que produtos com mais qualidade de fabricação possam chegar a pessoas com poder aquisitivos mais baixos, pois vimos uma grande quantidades de fábricas de pequeno porte no Brasil, participando de processos licitatórios com produtos de péssima qualidade, e estas regulamentações vieram para qualificar e aprimorar estes processos de fabricação, sabemos que existem poucos laboratórios credenciados ao INMETRO no Brasil e isto dificulta, mas é o caminho certo para que empresas se qualifiquem para atender com qualidade dentro das novas regulamentações isto vai trazer nova qualidade de produtos no pais !

RR – O Brasil poderia estar exportando/importando mais, se houvesse outra flexibilidade ? Em isso acontecendo, o que poderia oferecer de diferente para a PcD ? WSC – Com certeza ! Se tivéssemos um câmbio mais estável certamente poderíamos estar distribuindo mais produtos importados com qualidade, mais tecnologia em acessórios, mais produtos novos, e outras linhas de segmento para aprimorar mais o que já existe em nosso pais !

RR – No seu ponto de vista, o que o leitor da Revista Reação precisa saber sobre esse mercado, e que muitas vezes não tem essa informação ?

WSC – O importante que as novas tecnologias mudam a cada dia e nés, como fabricantes, temos que estar sempre atualizados para oferecer o que existe de novo no mercado mundial e é isto que a Ortomix vem fazendo, buscando inovação, investindo em qualidade total, nova linha de produtos, maquinários de ponta, na parte de engenharia de produção, tecnologia, atendimento personalizado, pois entender de cadeiras de rodas é mais que saber projetar, construir, é conhecer as dificuldades, superar os limites, é ouvir e conhecer os anseios de milhares de pessoas com deficiência e suas necessidades, e proporcionar mais qualidade de vida e inserção social e vivenciar isto todos os dias.

RR – Acredita que com o novo governo haja mudanças ?

WSC – Sim, claro que acreditamos ! Entramos agora somente com um ano do novo governo e sabemos que a administração pública é muito complexa, que existem grandes barreiras que estão sendo quebradas e novos projetos estão sendo desenvolvidos, e vivenciamos uma quebra de protocolo pela nossa primeira dama, Sra, Michelle Bolsonaro, que claramente está envolvida na ação social e trouxe esperança para inserção da PcD no governo federal, e isto é um grande avanço em nosso segmento, uma visão clara da nossa primeira dama com a causa  em nosso pais.

Pular para o conteúdo